terça-feira, 10 de março de 2009

Alma de Poeta.

Alma de poeta vai do roque à bossa
Ou melodia qualquer que consiga expressar
Intimidade sua sem dar vez à prosa
E enquanto há fonema, insiste em rimar


É alma que não tem pressa
De viver os sonhos mais estranhos
Todos os seus pecados confessa
Com a beleza e paixão de gerânios

Quando o vento lhe sopra, versa
E a vida fica mais bela
Sentimentos na chuva dispersa
E os transforma em arco-íris pra ela

Ser poeta é ter em papel e caneta
Homenagem à inspiração
É ver o mundo com os olhos
E enxergá-lo com o coração.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Avesso.

Fazes tua melodia
Teus versos do avesso
Constróis tua poesia
Que não tem pé nem começo

Mexes com meu brio
E minha tão pouca confiança
Passa a pender por um fio
De inútil perseverança

Tocas-me com acordes
Desfilas tuas harmonias
Para encher de recordes
As minhas idéias vazias

Esses avessos de versos
Esses acordes sem ter,
Afinal, não muita harmonia
Tem me ensinado a viver.

Cíclico.

Passarinho voa em círculos
Temendo da ilha partir
Cíclico sobre o azul infinito
Seu dorso furta-cor a reluzir

Passarinho não encontra barreiras
É livre para ir e vir
E em trajetórias costumeiras
Já não consegue se definir
Coragem, passarinho!
Sobrepõe-te às fronteiras,
Mesmo que imaginárias,
E vai infinito pra onde queiras.

domingo, 1 de março de 2009

Contra o Tempo

A chave de tudo é o tempo
Que não nos foi amigo fiel
Fez tudo parecer contratempo
Simulou emoções de papel

Se eu pudesse voltar atrás
De fato, não sei o que faria
Talvez me esforçasse mais
Para não parecer tão vazia

Mas só há real aprendizado
Após viver real desventura
E só quando andarmos lado a lado
Acabar-se-á esta amargura

Pois dói o mal que te causei
E é fruto de um coração imaturo
Que precisa de máquina do tempo
Por não querer destruir o futuro.