domingo, 30 de março de 2008

Quintana me desenhou nesse poema.



O Auto-Retrato - Mário Quintana


No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,

no final, que restará?
Um desenho de criança...
Terminado por um louco!

quarta-feira, 26 de março de 2008

lost in translation.


everyone wants to be found.



Charlotte: Let's never come here again because it will never be as much fun.













é estranho se sentir sozinha em meio a uma multidão.
é estranho ter que descobrir coisas novas a respeito de si mesma todos os dias.
é estranho não saber até que ponto o estranho é ruim e quando ultrapassa o limite do aceitável.
o que é aceitável?
todos correm, passam tão rápido. o mundo se tornou uma caixa de desconhecidos, de diversos tipos de opostos polares. a esperança de encontrar seu oposto polar nesse mundo é o que torna tantas coisas aceitáveis.
everybody wants to be found.

terça-feira, 25 de março de 2008

introconclusão.


Nasci no ano em que Quintana escreveu "Preparativos de Viagem". A coincidência agradável me faz pensar sobre essa minha boa e velha urgência em querer explorar. Aprendi a amar outros lugares, abandonei a morada na zona de conforto, não me agrada mais o lugar comum.

Eu quero mais, quero diferente, quero o que não tenho.

Não quero mais o que tenho, não sei mais o que quero.

Quero saber querer.